Ocupação de Reitoria 2008 UFSAcreditamos que ainda tem muita gente se questionando em por que um encontro de arquitetura tem um eixo temático como esse... a resposta é muito simples para quem está dentro de uma universidade, pra quem questiona a universidade e pra quem esteve dentro dela no ano de 2007.
Tá... sabemos que algumas pessoas estão lendo e não estão entendendo o porquê do foco no ano de 2007... Quer ver o por quê?
*No ano de 2007 mais de 30 universidades tiveram suas reitorias ocupadas ou estiveram em greve...
*No ano de 2007 o REUNI (decreto do governo) foi aprovado em 53 universidades de forma antidemocrática e sem nenhuma discussão...
Há anos não se viam tantos estudantes se mobilizando e tão unificados quanto se viu nesse ano que passou. Os estudantes de todo o país estiveram em estado permanente de mobilização, não se via um dia na TV em que não passasse algo nos noticiários sobre mobilizações estudantis, mesmo que muitas vezes distorcidas, mas estávamos sempre na ordem do dia!
Quer uma dica pra entender melhor o que estamos querendo mostrar aqui? Faz o seguinte... entra no Google e coloca na pesquisa “ocupação de reitoria”... E ai? Quantas páginas de notícias, quantos blogs de ocupações, quantos vídeos apareceram listados? Incontáveis, não é?
Para o movimento estudantil o ano de 2007 foi o ano em que mais se avançou nas lutas, o ano em que tivemos mais conquistas, mais vitórias... o ano em que se abriu uma nova etapa no movimento estudantil , marcada pela politização, radicalização e audiência de massas das lutas e ocupações de reitorias. Processo que foi desencadeado pelo grau dos ataques que o governo e as reitorias desferiram sobre o movimento. E isso companheiros, devemos concordar que é inegável.
E não se engane... não foram só as universidades públicas que sofreram com esses ataques e estiveram em estado de mobilização! Diversas universidades privadas também travaram grandes lutas... e nós com o EREA ARACAJU queremos fazer um convite especial a mais estudantes das particulares, que venham conosco inspirar e expirar com força total as lutas das pagas..
E aonde queremos chegar com isso? vamos explicar agora...
Dentre as pautas das lutas que o ME enfrentou nos últimos tempos estavam sempre presentes questões de assistência estudantil, de infraestrutura (laboratórios, transporte, etc), de recursos humanos, e até mesmo, pautas sindicais das universidades como melhores salários, melhores condições de trabalho... Pois, durante as mobilizações estudantis, ocorreram, junto a elas, mobilizações de vários setores da universidade (servidores, professores, técnicos)... o que não impediu que o movimento estudantil abraçasse essa causa, lutando junto a classe trabalhadora.. o que consideramos também um grande avanço e vitória para organização do nosso movimento estudantil!
Mas, no calor da luta contra o Reuni, nas ocupações de reitoria, nas marchas e manifestações, há algo que chama a atenção: onde está a União Nacional dos Estudantes? A entidade, que ao longo da história foi sinônimo de luta em defesa da educação. Onde ela estava? Sempre distante de todas essas mobilizações e por muitas vezes se posicionando contra elas. E quem achar que isso que estamos falando aqui é mentira, que atire a primeira pedra!
O mais inacreditável é que toda essa “combatividade” da UNE, está a serviço da defesa do maior ataque ao ensino superior na história do país: a reforma universitária. Essa reforma, que vem sendo aprovada em fatias através de decretos e medidas provisórias, que desencadearam diversas “patologias” nas universidades decorrentes da expansão e interiorização irresponsável e sem planejamento da universidade, conta com o apoio entusiástico da UNE. Isso mesmo, acreditem! “Patologias” essas que foram, em sua maioria, parte das pautas de greves e ocupações.
A UNE há alguns anos se tornou uma entidade completamente burocrática e antidemocrática. Isso vem se concretizando cada vez mais nos últimos Congressos da UNE. A sua direção majoritária chega a ponto de manobrar regras, tumultuar votações e por várias vezes chegam ao ponto de fraudar processos eleitorais, para continuar aparelhando a direção e as deliberações da entidade.
E por que nós tocamos nesse assunto? Porque será o nosso foco dentro das atividades desse eixo... A reorganização do movimento estudantil.
Mas como se dará essa reorganização? Qual o melhor caminho que os CA’s, DCE’s, grêmios, executivas, coletivos, entre outras organizações estudantis devem tomar? Será que é necessário se construir uma nova entidade para que se viabilize a unificação das lutas? Se não, de que modo poderemos continuar potencializando as bandeiras do ME unificadamente?
Só as discussões nas mesas, GD’s, palestras podem nos responder qual o melhor caminho...Vamos juntos discutir os rumos dessa nova conjuntura de ME que estamos vivendo. E lembrem-se, vamos continuar inundando as ruas com nossos protestos, gritos e cores! Temos que ir para além dos muros da universidade! Vamos à luta sempre, porque ela é e deve ser sempre o nosso instrumento de construção e objetivação dos nossos sonhos... Façamos o impossível!


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