quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Inspire sociedade... Expire cultura...

Caboclinhos


A cultura brasileira é diversificada em sua origem. De norte a sul do país percebemos influências diretas de vários povos nas manifestações populares... Manifestações essas que apresentam os anseios do povo resumindo parte da história e lendas em folguedos com personagens que encantam os olhos de quem tem a sensibilidade de enxergar... ali está traduzido o Brasil.
A capoeira na Bahia, as construções com arquitetura européia no sul do Brasil e o bairro da Liberdade em São Paulo revelam um pouco da diversidade do povo brasileiro! O país possui uma cultura variada e rica... A cultura é um dos aspectos que mais marcam um povo, revelam sua identidade! Pode se apresentar de várias formas... dentre elas língua, sotaques, religião, costumes, tradições, tudo isso em escala nacional e regional.
A regionalização cultural provoca a imposição de uma região sobre a outra... como acontece com o Sudeste e sobre Nordeste, por exemplo! O sudeste recebe mais investimentos, assim se desenvolve... e subjuga, trazendo pra cá toda a desvalorização! Isso ocorre, também, dentro do próprio Nordeste, onde os maiores estados reprimem os menores... e estes, absorvem tudo isso, desencadeando uma desvalorização interna...
Samba – de – coco, reisado, chegança, dança de São Gonçalo... Não são estimados em seu próprio estado. Mas qual é o motivo? Será que estão atrasados e não cabem em nossos dias? Será que não agradam? A resposta está na estrutura da sociedade. Quem mantém essas tradições? Quem não dá o devido valor a elas? A história mostra quem é quem na cultura...
As festas populares que continuaram sendo organizadas pela classe marginalizada sofrem a repulsa da sociedade... Mas aquelas que foram dominadas pelos empresários e modificadas para gerar lucro continuam crescendo a todo vapor! Um exemplo disso é a festa junina em Sergipe... deixou de ser realizada familiarmente, nas ruas, para se transformar numa maratona de shows que beneficiam somente a rede hoteleira e mais outras grandes empresas! Essa expropriação da cultura por empresários não acontece somente nas festas, mas também no teatro, cinema, música... As empresas investem, mas cobram muito caro por isso. Então acaba que a cultura fica restrita a uma parcela muito pequena da população, que pode pagar por ela... É a aquela velha história de “quem produz não pode consumir”. A parcela excluída da população está presente nessas festas ou pra vender bebida ou pra catar latinha... todos nós sabemos que isso é verdade.
Cabe a nós, como estudantes e detentores de conhecimento... buscar alternativas para que todas as culturas sejam valorizadas sem precisar subjugar uma a outra! Vamos movimentar nossas universidades, criar grupos culturais de apresentações da região... Fazer estudos culturais também é papel do arquiteto e de todo e qualquer ser social!

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